ESPÍRITO SANTO: OS CAFÉS E AS MONTANHAS

Em julho de 2022, nós fomos conhecer de perto alguns dos nossos produtores favoritos em meio a montanhosa região capixaba. Edinaldo Costalonga, um produtor hábil e querido por nós, foi quem nos guiou pelas fazendas; ele é conhecido e querido por grande parte dos produtores. Muitas montanhas e ventos gelados cercaram nossos dias, o clima ameno é um fator relevante na produção de cafés de alta densidade e complexidade.

Por conta do clima, a maturação tende a ser mais lenta, assim o fruto absorve ainda mais nutrientes e desenvolve mais açúcares. A grande maioria dos produtores usam de máquinas despolpadeiras, que conferem uma pressão determinada suficiente para remover somente as cascas do fruto, deixando assim, somente os grãos à mostra, prontos para secagem. Essa etapa contribui para uma secagem mais homogênea. 

Na segunda parte da viagem, fomos até o Alto Caparaó visitar a fazenda Ninho da Águia, de Clayton Barrosa. Essa região é um pouco mais quente, e por isso Clayton seca os cafés naturalmente. Ele se tornou conhecido pela consistência e qualidade de seus cafés, parte deles produzidos em agrofloresta. Esse sistema de produção consiste na junção de outras frutas e plantas, trazendo enriquecimento ao solo e ajudando na formação de um ecossistema biodiverso, ideal para recuperação do solo, mantendo-o saudável e garantindo a preservação da região.

Lindos cafés demandam uma atenção especial em cada etapa, não é por acaso, e sim por um trabalho cheio de esforço. Nessa viagem, observamos de perto o quão trabalhoso é cultivar café de alta qualidade. Presenciar um pouco da rotina dos produtores nos fez valorizar ainda mais esse trabalho e cada grão de café que recebemos em nossas cafeterias. O potencial que a região do Espírito Santo tem está no mesmo nível dos países da África e América Central, isso nos empolga e nos move a buscar por mais cafés brilhantes em nosso país.

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